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Vou perder meu emprego para um robô?

  • Arthur Camargo
  • 28 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 20 de out. de 2019


A revolução da indústria 4.0 chegou. Como isso afeta meu emprego?


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Em maio deste ano a Universidade de Brasília apresentou uma pesquisa que amplificou o debate sobre Automação no Mercado de Trabalho brasileiro*, sendo o principal objetivo do estudo identificar zonas de trabalho que possui maior probabilidade de terem a interação humana substituída por robôs ou algum processo de automação.


O tema é cada vez mais relevante devido aos avanços na área de machine learning dentre outros campos da inteligência artificial. Com o aumento exponencial da capacidade computacional disponível e intensa pesquisa no campo (China publicou 143 mil artigos em inteligência artificial em 2018), cada vez mais teremos aplicações para essas tecnologias no mercado de trabalho.


Os autores da pesquisa cita outros pesquisadores de diferentes nações tratando da probabilidade de automação do trabalho, onde temos por exemplo países como Alemanha com 59% das ocupações com alguma probabilidade de automação, 35,7% na Finlândia e no continente europeu como um todo variando entre 45% e 60%.


A pesquisa mostra que atividades que exigem menor nível de qualificação são mais propensas à automação, a metodologia utilizou dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações), dividindo em cinco zonas de trabalho, sendo a 1 trabalhos que exigem menor qualificação e 5 sendo trabalhos específicos que necessitam de uma qualificação mais adequada. A pesquisa vai fundo no assunto avaliando as taxas de crescimento acumuladas de todas as zonas de trabalho ano a ano, onde pode-se constatar que a zona 1 é a que cresce a taxas mais altas, entre 2,5 e 3% ao ano.


Para concluir a análise com chave de ouro, os pesquisadores avaliam no período crise e pós-crise qual o impacto da queda do PIB na taxa de crescimento acumulada, onde temos no período de 2014 a 2016 uma queda de 31,45% da taxa de crescimento acumulada na faixa 1, 17,9% na faixa 2, decrescendo até 7,5% na faixa 5. O que podemos concluir com todos esses dados?


Primeiro que uma conclusão intuitiva e que já podemos observar em alguns modelos de negócios: profissões de baixa especialização serão substituídas por tecnologias de automação, não só pelos altos custos trabalhistas do país, mas também pela busca da eficiência, oriunda do capitalismo e apoiada na Teoria da Firma de Coase. Segundo, que a zona de trabalho mais afetada por essa ameaça é mais significativa em número absoluto de pessoas e é também a mais suscetível a quedas no PIB, ou seja, é a mais frágil.


Nesse momento nos deparamos com a possibilidade de um problema com potencial de afetar a dinâmica de consumo e consequentemente a economia do país. Se a automação vier com tudo para o mercado brasileiro e esse abraçá-la de maneira eficiente, segundo estimativas dos pesquisadores 30 milhões de postos de trabalho estão ameaçados até 2026.


Você que está lendo esse artigo agora provavelmente não está preocupado com isso, mas deveria, não porque vai perder seu emprego mas as consequências da automação podem ser brutais principalmente em um país como o Brasil que não está se preparando para essa mudança. Existe uma demanda crescente para formulação de políticas públicas para esse tema, os países que se prepararem melhor para essa mudança estarão na vanguarda do próximo século, assim como ocorreu nas últimas revoluções tecnológicas do passado. Data is the new oil.


Link da pesquisa  Na era das Máquinas, o Emprego é de Quem? Estimação da Probabilidade de Automação de Ocupações no Brasil de Pedro Henrique Melo Albuquerque, Cayan Atreio Portela Bárcena Saavedra, Rafael Lima de Morais, Patrick Franco Alves e Peng Yaohao:


 
 
 

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